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Fidelidade ao médico restringe as trocas de planos de saúde

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A troca de planos de saúde e odontológicos, sem a necessidade de cumprir novo prazo de carência, ainda é pequena. Restrita aos planos individuais e familiares, a explicação para essa aparente falta de interesse do consumidor é o fato de a opção ser recente - a partir de 15 de abril.
Há ainda uma tendência de forte fidelidade aos planos de saúde porque as pessoas estão acostumadas às consultas com os mesmos médicos, clínicas onde fazem os exames e hospitais onde se tratam. 
Os planos individuais e familiares de saúde e odontológicos com portabilidade envolvem cerca de 6 milhões de usuários, um universo pequeno diante do total de 52 milhões de pessoas beneficiadas pela saúde complementar, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). O balanço inicial de portabilidade aponta que 66 mil pessoas consultaram o guia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) até o dia 20 de maio, ou seja, pouco mais de um mês de entrada em vigor da medida. Dessas consultas, 3.554 relatórios foram preenchidos para mudança de planos de saúde. 
"Embora a portabilidade dos planos individuais e familiares atinja apenas cerca de 6 milhões de pessoas, é importante porque esse público não tem poder de negociação quando fecha seus contratos, ao contrário do que acontece com as empresas quando negociam seus planos corporativos", afirma Fábio Fassini, gerente geral econômico-financeiro de produtos sa ANS. Segundo ele, os relatórios preenchidos não significam que as pessoas mudaram efetivamente de planos, porque muitas vezes as operadoras oferecem benefícios para não perder o cliente. 
Com a portabilidade, acabou necessidade de carência de dois anos no caso de mudança de plano e de três anos se houver doença pré-existente para os contratos assinados a partir de 1999, mas o consumidor só pode mudar para um plano equivalente ou inferior ao seu e apenas no mês do aniversário do atual contrato. 
"A portabilidade tem restrições para evitar qualquer tipo de oportunismo de uma mudança, por exemplo, para um plano mais sofisticado para um determinado tipo de tratamento e depois retorno ao antigo", diz Arlindo de Almeida, presidente nacional da Abramge. 
"A mudança de planos sem necessidade de cumprir carências era uma antiga reivindicação da defesa do consumidor", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Segundo ela, a baixa demanda pela portabilidade é decorrência das restrições, da medida ser recente e do fato  de haver poucas opções compatíveis, principalmente, de preços, dependendo da região e cidade onde a pessoa vive. "Falta concorrência e muitas operadoras suspenderam a comercialização de planos individuais", constata. 
Para enfrentar a portabilidade, as operadoras de planos de saúde reforçaram suas estratégias para fidelizar os clientes e receber novos. Com 920 mil associados, dos quais 25% de planos individuais, a empresa de medicina de grupo Golden Cross colocou uma célula exclusiva com 20 pessoas em seu call center, durante 24 horas, para atendimento em portabilidade. "Não há quase mobilidade. A fidelidade do público de planos de saúde é grande, porque as pessoas estão acostumadas com seus médicos", afirma Cláudio Brabo, diretor comercial e de marketing. As vendas de planos individuais, de acordo com ele, cresceram 12% de janeiro a maio deste ano em comparação com igual período de 2008. Já nos planos corporativos o crescimento é menor, mas as micro e pequenas empresas registram forte crescimento desde 2007 (mais de 100% ao ano). 
Nada de diferente foi criado em função da portabilidade na Medial. "Antes já comprávamos em alguns casos, a carência de clientes que vinham de outras operadoras". diz Valter Himer, diretor-executivo. Segundo ele, a empresa continua a investir no processo de qualidade do atendimento e na fidelização dos clientes. 
Para isso, tem abrangência nacional com dez hospitais, 48 centros médicos, 61 unidades laboratoriais. 
Em 2008, obteve uma receita de R$ 1,94 bilhão e no primeiro trimestre deste ano o número de beneficiários de planos médico-hospitalares e ofontológicos atingiu 1,71 milhão, aumento de 19,7% em relação a igual período de 2008. Somando os clientes do Grupo Saúde do Nordeste, comprado em abril do ano passado, a Medial tem 1,9 milhão de associados. A meta da empresa é chegar a 3 milhões nos próximos anos. 
Com uma carteira de 1,35 milhão de clientes, a Unimed Paulistana também aprimorou o atendimento de suas equipes para a portabilidade. De janeiro a maio, as vendas de planos cresceram 100% na comparação com o mesmo período de 2008, informa Rafael Cavalcanti, diretor-comercial. 
A venda de planos empresariais registrou expansão de 125% e de pessoas físicas 40%. A Paulistana faz parte do sistema Unimed, a maior cooperativa médica do Brasil, com 377 cooperativas, 15 milhões de clientes, 106 mil médicos cooperados, 67 hospitais próprios e 3,2 mil leitos próprios. 
Entre as seguradoras de saúde, sistema que trabalha com reembolso de despesas, as duas maiores - Bradesco e Sul América - não comercializam mais i seguro saúde individual, porque os reajustes de preços são limitados pela ANS, enquanto os corporativos resultam de cláusulas contratuais. 
Do 1,6 milhão de clientes da Sul América Saúde, cerca de 80% são planos coletivos e apenas 20% individuais. "Não comercializamos planos individuais desde 2004, mas temos 280 mil clientes antigos", afirma Marco Antunes, diretor operacional. Assim, não há possibilidade de receber novos clientes pela portabilidade. 
A Bradesco Saúde, líder de mercado com 3,8 milhões de segurados, também suspendeu o seguro saúde individual, não podendo, assim receber propostas de portabilidade de qualquer outra operadora. A Bradesco Saúde está presente em mais de 3 mil municípios e tem uma rede de mais de 50 mil referenciados. 

Fonte: Valor Econômico em 23/06/2009
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